A Arquitetura Fantasmática da Morte: Por que a ABRAFP Apresenta uma Nova Teoria Psicanalítica sobre o Modo como o Inconsciente Estrutura a Forma de Morrer
- ABRAFP
- há 22 horas
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Artigo Institucional
ABRAFP (Associação Brasileira de Filosofia e Psicanálise)
ABRAFP (Brazilian Association of Philosophy and Psychoanalysis)
2025 – Comunicação Institucional
Autor da Teoria: Deivede Eder Ferreira
Livro de Referência (em inglês): The New Theory of Phantasmatic Death
Introdução: Quando a Psicanálise Silencia Diante da Morte
A psicanálise sempre orbitou a questão da morte, mas raramente mergulhou em sua dimensão estrutural. Freud introduziu a ideia da pulsão de morte em Além do Princípio do Prazer (1920), mas não desenvolveu uma teoria sobre a forma como o sujeito imagina ou se aproxima do próprio fim. Lacan, por sua vez, situou a morte no registro do Real — aquilo que resiste à simbolização — mas também não explorou como a fantasia organiza o modo como “morrermos” em sentido simbólico e existencial.
A morte, na psicanálise, sempre foi mais um limite do que um campo investigável.
É justamente nesse território silencioso que surge a contribuição teórica do psicanalista brasileiro Deivede Eder Ferreira, fundador da ABRAFP. Sua obra inédita em inglês, The New Theory of Phantasmatic Death: How the Unconscious Shapes the Form of Dying, apresenta uma hipótese ousada, rigorosa e contemporânea:
O inconsciente não determina quando morremos, mas pode influenciar profundamente a forma como caminhamos em direção à morte — por meio de padrões simbólicos, estéticos e repetitivos estruturados na fantasia.
Com base em observações clínicas acumuladas ao longo de décadas, Deivede propõe que cada sujeito carrega uma assinatura estética da morte: um estilo, uma forma-imaginária, um arranjo simbólico através do qual ele se aproxima do risco, do colapso, do desaparecimento e, em última instância, da própria morte.
Este artigo institucional da ABRAFP tem como objetivo:
apresentar essa teoria ao público brasileiro e lusófono;
contextualizar sua relevância histórica e clínica;
explicar seus principais conceitos;
demonstrar sua aplicabilidade prática;
indicar a leitura do livro completo, disponível internacionalmente.
1. Por que a ABRAFP reconhece esta teoria como uma contribuição relevante para a psicanálise contemporânea
A ABRAFP tem, desde 2008, a missão de fomentar diálogo entre filosofia e psicanálise, promover pesquisa e estimular a produção teórica independente no Brasil. A proposta elaborada por Deivede Eder Ferreira se insere exatamente nessa interseção:
é uma teoria psicanalítica, profundamente enraizada na clínica;
é uma construção filosófica, dialogando com Heidegger, Blanchot, Foucault e Bataille;
é uma elaboração contemporânea, capaz de iluminar questões atuais de sofrimento psíquico.
Além disso, a teoria responde a um ponto cego histórico da psicanálise: o fato de que, embora o inconsciente organize a vida — desejos, repetições, vínculos, sintomas — pouco se investigou sobre como ele organiza a morte como forma, estilo, fantasia e significação.
A ABRAFP reconhece que esta teoria:
amplia o campo da escuta clínica;
oferece uma nova ferramenta interpretativa;
integra perspectivas filosóficas e psicanalíticas de modo coerente;
contribui para o cenário internacional da psicanálise.
2. Freud, Lacan e o Território Não Explorado da Morte como Forma
Para entendermos o alcance desta teoria, é preciso revisitar brevemente a tradição psicanalítica.
2.1. Freud: a pulsão de morte como retorno ao inorgânico
Em Freud, a morte é uma tendência estrutural do organismo, um vetor energético que busca a quietude do inanimado. É uma ideia profundamente metapsicológica, mas não fenomenológica: Freud não discute como cada sujeito se aproxima do fim, nem como o imagina.
2.2. Lacan: a morte como Real
Para Lacan, a morte é o que não pode ser simbolizado. Ela borda o campo do significante, limitando a experiência subjetiva. A fantasia, como moldura do desejo, toca esse limite, mas novamente — não há desenvolvimento sobre a forma como o sujeito se aproxima do fim.
2.3. O silêncio teórico
A psicanálise explora:
luto,
melancolia,
trauma,
passagens ao ato,
repetição compulsiva,
risco,
autossabotagem,
adoecimento psicossomático,
violência inconsciente.
Mas jamais formulou uma teoria integrada sobre a forma simbólica da morte, como Deivede propõe.
É justamente aqui que reside o caráter inovador da teoria apresentada no livro.
3. A Teoria da Morte Fantasmática: A Forma Como Estrutura Inconsciente
A hipótese central é:
O inconsciente não determina o acontecimento da morte, mas determina seu estilo — a estética, o arranjo simbólico e a forma narrativa através da qual o sujeito se aproxima dela.
Essa forma é construída por:
fantasias precoces;
traumas infantis;
repetições relacionais;
modos de aparecer e desaparecer no olhar do Outro;
vínculos com o reconhecimento, vergonha, culpa e idealização;
cenas estruturantes;
identificações e perdas fundamentais.
Essa forma é invisível ao sujeito, mas evidente ao clínico atento.
4. A Assinatura Estética: Cada Sujeito Tem um Estilo da Própria Morte
A contribuição mais original da teoria é a noção de assinatura estética.
Assim como cada sujeito tem um estilo de amar, sofrer, desejar e repetir — ele também tem um estilo de desaparecer.
A assinatura estética é composta por:
metáforas recorrentes;
escolhas de risco;
repetições simbólicas;
gestos de desaparecimento;
dinamismos relacionais;
modos de evasão;
padrões de autossabotagem;
formas simbólicas de colapso;
preferências imaginárias sobre visibilidade e invisibilidade.
Essa assinatura não é um desejo de morrer, mas um modo de organizar inconscientemente a relação com o fim, com o olhar do Outro e com a própria existência.
5. As Quatro Estruturas Fantasmáticas da Morte
Ferreira identifica quatro modos fundamentais de relação inconsciente com a morte:
5.1. A Fantasia do Desaparecimento Total
O sujeito busca desaparecer sem deixar rastros.
Clinicamente aparece em:
ghosting;
evasão crônica;
dissolução de identidade;
retraimento progressivo;
autonegligência silenciosa.
É um esforço de não ser visto morrendo.
5.2. A Fantasia da Cena Final
O oposto da anterior.
O sujeito organiza a morte como espetáculo, como ato que precisa ser visto.
Aparece em:
escaladas dramáticas;
conflitos que culminam em explosão;
busca de reconhecimento;
risco performático.
A morte é visualizada como cena — não evento.
5.3. A Fantasia do “Ser Chorado”
Aqui, o sujeito imagina a morte como ocasião de reconhecimento retroativo.
“Só depois que eu desaparecer, me verão.”
Aparece em:
sofrimento idealizado;
repetição de abandono;
vínculos com expectativa de remorso;
padrões de vitimização.
5.4. A Fantasia da Fuga Antes de Ser Visto
A morte é imaginada como saída antecipada.
O sujeito foge:
da intimidade,
do vínculo,
do reconhecimento,
da captura pelo olhar do Outro.
Clinicamente comum em:
abandonos de análise;
rupturas abruptas;
vidas nômades;
identidades líquidas.
6. A Repetição Compulsiva Como Ensaio da Própria Morte
Aqui está um dos pontos mais fortes da teoria.
Freud dizia que a repetição compulsiva nos obriga a reviver traumas. Mas Deivede afirma:
A repetição compulsiva também pode funcionar como ensaio fragmentado da forma fantasmática da morte.
Exemplo:
acidentes recorrentes com estrutura semelhante;
vínculos que sempre terminam com o mesmo colapso;
autossabotagem ritualizada;
adoecimento periódico;
desintegração emocional cíclica.
A repetição revela o roteiro inconsciente da morte imaginada.
7. Implicações Clínicas: Uma Nova Dimensão da Escuta Psicanalítica
Por que essa teoria interessa à clínica?
Porque ela oferece uma nova lente de escuta:
✔ ouvir a forma, não só o conteúdo
✔ observar a estética do risco
✔ identificar microdesaparecimentos
✔ mapear padrões simbólicos
✔ antecipar colapsos
✔ interpretar ensaios do Real da morte
Isso amplia a técnica:
a atenção flutuante ganha profundidade;
a leitura estrutural se torna mais precisa;
o manejo clínico fica mais claro;
analistas conseguem entender “fugas”, riscos e retornos do sujeito com mais nuance.
8. Aplicações Práticas: Para Quem Esta Teoria é Especialmente Útil
A Teoria da Morte Fantasmática é particularmente potente em casos de:
funcionamento borderline;
dependência emocional ou química;
comportamentos compulsivos;
risco impulsivo;
autossabotagem crônica;
abandono de análise;
somatizações graves;
repetição de relacionamentos destrutivos;
dissolução de identidade.
Esses pacientes frequentemente não desejam morrer — mas ensaiam a forma da própria morte fantasística.
9. Filosofia e Psicanálise: Um Encontro Necessário
Ferreira articula sua teoria com:
Heidegger: ser-para-a-morte;
Blanchot: a outra noite;
Bataille: dissolução e limite;
Foucault: experiências-limite;
Lévinas: alteridade e desaparecimento.
A teoria integra psicanálise e filosofia num terreno onde ambas sempre se tocaram, mas jamais se uniram teoricamente de forma sistemática.
10. Conclusão Institucional: Por que a ABRAFP Endossa Esta Produção Teórica
A ABRAFP reconhece The New Theory of Phantasmatic Death como:
uma contribuição brasileira ao campo internacional;
uma teoria profundamente clínica;
um avanço metapsicológico coerente;
um diálogo maduro com a tradição psicanalítica;
uma ferramenta útil para a prática contemporânea.
Trata-se de um avanço significativo na compreensão da subjetividade, do sofrimento e da forma como o inconsciente estrutura nossa relação com a finitude.
Indicação Oficial da ABRAFP
📎 Livro disponível internacionalmente na Amazon:https://www.amazon.com/dp/B0G35RQLZB
📄 Leia o artigo acadêmico institucional (ABRAFP):https://www.academia.edu/145081375/The_Phantasmatic_Architecture_of_Death_A_Psychoanalytic_Theory_on_How_the_Unconscious_Shapes_the_Form_of_Dying
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Rodapé Institucional
ABRAFP — Associação Brasileira de Filosofia e Psicanálise Fundada em 2008 Marca registrada INPI nº 924993502 www.abrafp.org
